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Bom dia, condutores!


Resolvi abordar esse tema com vocês hoje porque é a coisa mais normal, mais natural do mundo, que na fase de aprendizagem da direção aconteça algum tipo de incidente que deixa o motorista iniciante abalado. 

Por exemplo, subir no meio fio durante uma manobra para estacionar, ralar as calotas, ralar a porta ou a lateral do carro no portão, e o mais comum, que acontece em 30% dos casos: bater em algum obstáculo ao manobrar de ré. 

Se isso aconteceu com você e você ficou triste, envergonhado, preferiu se afastar do carro, engavetar a PPD ou CNH definitiva e até pensou em desistir de dirigir, digo uma coisa bem séria, franca e verdadeira: se você desistir de qualquer coisa na vida diante do primeiro obstáculo, vai continuar desistindo de outras coisas mais importantes, vai acabar desistindo de sonhos, e se penalizando duas vezes: porque não consegue vencer a dificuldade e porque desistiu de tentar enfrentá-la.

Sabem porquê a maioria das pessoas que leem esse blog se identificam muito com as postagens e com as situações abordadas aqui? Por quê só entende as dificuldades do outro quem já passou por elas. E posso dizer prá vocês que eu passei por todas e mais algumas no começo da aprendizagem. 

O blog nasceu da minha superação do medo de dirigir, das dificuldades para as quais eu não encontrava resposta nem apoio de motoristas mais experientes, inclusive dentro da minha família. Então, eu coloquei na cabeça que assim que aprendesse a dirigir iria tentar ajudar as outras pessoas a não passarem pelas situações difíceis e constrangedoras que eu passei nesse período. Decidi que ajudaria os outros a saber o que fazer, mas explicando também como fazer. E é por isso, que eu me identifico tanto com vocês todos.

Quando eu estava com 3 meses de PPD fui manobrar meu Uno de ré e acertei o pára-lamas na parte da frente do carro do vizinho da minha mãe. Imaginam a cena? O barulho está na minha cabeça até hoje, assim como a lembrança da cena, dos sentimentos ruins que senti: a vergonha, o constrangimento, pensando em como eu ia falar com o dono do carro, que eu nem conhecia. Mas acontece, que a solução para o problema está em como vamos resolver isso, nas nossas atitudes, no modo como estamos dispostos a enfrentar consigo mesmos essas reações e emoções. Por isso, é que essas lembranças não machucam mais, não travam, estão bem resolvidas. 

1. Bom, o melhor a fazer nessa hora é tentar manter a calma. Olhe o estrago que deu, seja humilde e vá falar com o dono do carro ou do patrimônio atingido, que pode ser um portão, uma moto, uma bicicleta, enfim...;

2. O diálogo respeitoso entre você e o dono do patrimônio é a chave do negócio. Portanto, se a outra pessoa ficar nervosa, xingar, se alterar, diga que você está, humildemente, tentando encontrar junto com ela a melhor maneira de resolver o problema. "Não se preocupe, vou pagar o estrago" é uma frase que costuma acalmar os mais exaltados. "Não se preocupe, eu tenho seguro" deixa a outra pessoa mais calma ainda;

3. Se você tiver seguro, acalme-se primeiro e depois acione por telefone (geralmente 0800) a seguradora e explique o que aconteceu. Se o estrago no carro do outro é menor que o valor da franquia, não compensa, obviamente, acionar o seguro;
 
4. Se não tiver seguro ou for pagar do próprio bolso, faça o orçamento em mais de uma oficina e escolha o serviço mais barato e de qualidade;

Agora, vem a parte mais importante: como superar essa experiência negativa, que se for enfrentada do modo certo, sem cobranças cruéis de nós mesmos, resulta em aprendizagem significativa. Na hora que a gente rala o carro novinho no muro ou bate no carro de alguém o primeiro sentimento que vem é a vergonha e a vontade de nunca mais dirigir na vida, mas adianto que isso não resolve o problema. Assim como o modo como agimos na vida reflete o modo como agimos no trânsito, o modo como enfrentamos as dificuldades (se fugimos dela, se nos encolhemos com medo) vai se refletir no modo como vamos enfrentar e superar essa situação chatinha. 

Quando aconteceu de eu bater de ré no carro do vizinho da minha mãe senti tudo isso que, talvez, muitos de vocês estejam sentindo, mas não corri do problema. Depois de conversar com o dono do carro em que eu havia batido, de pedir desculpas e assumir os R$ 400,00 de prejuízo na época, fui resolver meu problema comigo mesma, como motorista. Porquê eu bati? Onde eu errei? O que saiu errado? O que fazer prá não acontecer de novo? E assim foi que eu "descobri" que tinha medo de olhar nos retrovisores, evitava olhar, me apressava nas manobras prá sair delas logo e era onde faltava a cautela necessária. Corrigindo essas coisas, me corrigi como motorista, passei a acertar, a repetir os comandos do carro do modo certo, a ser mais atenta no trânsito e tudo se automatizou no dia-a-dia. 

Se você passou ou se vai passar por uma situação dessas, de bater, ralar o carro na fase de PPD, não desanime, não desista. Sentir-se envergonhado, triste, chorar, e até pensar em desistir de dirigir é um direito seu. Mas depois que estiver mais calmo, repense as suas decisões, as suas emoções e parta para o enfrentamento do medo, da ansiedade, da insegurança. 

1. Se você bateu ou ralou o carro, dê-se o direito de ficar triste, de chorar, de sentir-se envergonhado, mas depois que isso passar, encare o problema de frente;

2. Analise o que deu errado: não olhou no retrovisor e bateu de ré? Encostou no portão? O carro desceu a ladeira? identifique o problema, busque a ajuda para resolvê-lo com uma pessoa calma, paciente, que saiba explicar o que fazer e como fazer para isso não acontecer mais;

3. Treine os fundamentos do ato de dirigir num lugar calmo, tranquilo, sem movimentação excessiva de pessoas e de carros;

4. Corrija o erro, repita certo e no dia-a-dia os acertos vão se automatizar. Quando você menos pensar, estará dirigindo com segurança e naturalidade;

5. Nunca desista de dirigir porque algo saiu errado nos treinos, por pior que seja, pois se você desistir de dirigir, vai desistir de outros projetos, metas, de outros sonhos ainda maiores;

6. Converse numa boa com motoristas mais experientes e peça que eles contem dos imprevistos e incidentes da época em que estava aprendendo a dirigir. Conheço instrutores de autoescola que comentam com seus alunos que também bateram quando estavam aprendendo a dirigir, que ralaram as calotas, que subiram no meio-fio, que quase levaram o muro junto, dentre outras "peripécias".

7. Não existe motorista perfeito, todos erram para aprender, ninguém nasceu sabendo dirigir; muitos motoristas continuam errando feio mesmo depois de experientes, portanto, evite esses modelos de condutores;

8. O que não nos mata, não nos destrói, nos deixa mais fortes. Tente aprender com os erros, tirar experiências positivas, identifique o que deu errado, corrija e verá que esse erro dificilmente acontecerá de novo.

Claro que ainda tenho muitas outras histórias do tempo de aprendizagem para contar prá vocês e sou humilde o suficiente para contá-las. Não é vergonha nenhuma errar em fase de aprendizagem. Mas a diferença é que temos de saber aprender com essas coisas, até com as coisas negativas. 

Hoje em dia, dirijo por qualquer lugar onde um carro possa ir; manobro de ré com perfeição; dirijo por tudo, com naturalidade, com tranquilidade, com atenção, e faço do ato de dirigir um prazer, uma paixão. E digo isso não para me vangloriar ou parecer melhor que os outros motoristas, mas justamente para tentar mostrar que podemos aprender com os erros, superar as dificuldades, melhorar a cada dia. 

Nunca se subestimem como motoristas. Não existe motorista perfeito e a prática não nos torna melhores que os outros. Prova disso são as estatísticas de acidentes de trânsito provocados por motoristas experientes, que se acham melhores que os outros ou que confiam demais nas habilidades que pensam que tem. 

Não tenha vergonha de estar aprendendo a dirigir e de aprender com os próprios erros. 

Muita força de vontade, determinação e superação a todos!
 
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